A epilepsia é uma doença neurológica que envolve o sistema nervoso.
Fala-se em epilepsia quando ocorrem, pelo menos, dois
episódios de convulsões não relacionados com outras patologias. As convulsões
resultam de uma alteração elétrica do cérebro e podem resultar de um trauma, de
uma tendência familiar ou não terem causa identificável. Essa atividade ou
descarga tem um início imprevisível e é, normalmente, de curta duração. A
frequência de crises é variável de pessoa para pessoa.
Os chamados “ataques epiléticos” caracterizam-se pela
apresentação de “fenómenos súbitos e transitórios” que podem assumir a forma
de:
·
Alteração da consciência;
·
Movimentos musculares involuntários;
·
Movimentos automáticos;
·
Alterações da sensibilidade e ao nível dos
restantes sentidos (olfato, paladar, etc).
Existem diferentes tipos de crises epiléticas, tais como:
Crise epilética parcial
A descarga epilética começa numa zona reduzida da superfície
cerebral e, por vezes, posteriormente, generaliza-se, atingindo o resto do
cérebro. “A sintomatologia depende da zona da superfície cerebral onde acontece
a descarga”, informa Socorro Piñeiro. “Na zona motora cerebral manifesta-se
através de movimentos involuntários de um lado do corpo, sem perda de
consciência; na região da sensibilidade pode provocar uma alteração sensitiva
focal transitória (formigueiro, por exemplo) e na zona visual pode significar a
visão de luzes, etc.”, explica a médica.
Crise epilética generalizada
Deve-se a uma descarga que afeta toda a superfície cerebral
em simultâneo.
Crise generalizada tónico-clónica
Manifesta-se com perda de consciência (a pessoa cai
imediatamente ao chão) e movimentos involuntários nos membros. Situações como
morder a língua, espumar pela boca e incontinência urinária podem existir. No
final, os movimentos desaparecem e a pessoa vai recuperando progressivamente,
sem ter a noção do que aconteceu.
Crise generalizada de ausência
A pessoa fica imóvel e alheada, desligada do meio
envolvente, com o olhar fixo, durante 10 a 15 segundos. Este tipo de crises é
comum em crianças e adolescentes e com frequência desaparecem com a idade.
Podem provocar quebras no rendimento escolar por défices de atenção e de
aprendizagem.
Crise mioclónica
Caracteriza-se por uma “sacudidela” súbita de todo o corpo,
ou apenas parte dele, durante alguns segundos.
Crise generalizada atónica
Implica uma perda brusca do tónus muscular e da consciência,
que dura apenas alguns segundos e da qual se recupera igualmente em segundos.
Nas crises generalizadas, nas quais a pessoa perde a consciência, cai ao chão e faz movimentos involuntários, as pessoas à volta devem:
·
Manter a calma;
·
Retirar os objetos à volta com os quais a pessoa
se possa magoar;
·
Colocar uma proteção por baixo da cabeça da
pessoa (um casaco, por exemplo);
·
Nunca tentar segurá-la (podem luxar uma
articulação, por exemplo);
·
Jamais inserir nada na boca da pessoa (podem
partir um dente ou ser mordidos);
·
Se a pessoa ceder, tentar colocá-la na posição
lateral de segurança;
·
Cronometrar a duração da crise e se esta for
além dos cinco minutos, ligar para o 112.
O eletroencefalograma é o exame por excelência para o diagnóstico desta patologia e caracteriza-se por registar a atividade bioelétrica cerebral, de forma não invasiva, através da colocação de sensores à superfície do escalpe.
Este exame pode ser realizado a pessoas de todas as idades, em repouso vígil e sono.
Como preparar o EEG de rotina:
·
Lavar a cabeça sem a adição de Amaciador;
·
Não colocar gel, laca ou outro produto na cabeça;
·
Tomar a medicação habitual, não estando indicada
interrupção de qualquer medicação antes de fazer este exame;
·
Tomar o pequeno-almoço como habitualmente.
Como preparar o EEG com prova de sono:
·
As mesmas recomendações acima indicadas para o
exame de rotina;
· Deve ser feita privação de sono, ou seja, na noite anterior ao exame, deve dormir o mínimo possível, de forma a facilitar o adormecer durante o exame.